Quem domina a América? (A elite do poder na era Trump)

James Petras - 18 Set 2017

Durante a presidência Obama, a Wall Street e o Pentágono partilhavam o poder confortavelmente com bilionários de Silicon Valley e a elite dos mass media. Eles estavam unidos na busca de uma estratégia imperial "globalista", enfatizando múltiplos teatros de guerra e tratados multilaterais de livre comercio. Com a posse do presidente Trump, esta elite do poder enfrentou desafios e a emergência de uma nova configuração estratégica

Nos últimos meses, vários sectores políticos, económicos e militares competidores – ligados a diferentes grupos ideológicos e étnicos – emergiram claramente como os centros de poder.

 Podemos identificar alguns dos competidores chave e centros entrelaçados da elite do poder:

  1. Propagandistas do mercado livre, com a presença generalizada do grupo "Israel First".
  2. Capitalistas nacionais, ligados a ideólogos de direita.
  3. Generais, ligados à segurança nacional e ao aparelho do Pentágono, bem como à indústria da defesa.
  4. Elites dos negócios, ligadas ao capital global.

 Este ensaio tenta definir os detentores do poder e avaliar a amplitude e impacto do seu poder.

A elite do poder económico: Israel-Firsters e presidentes da Wall Street

 Os Israel Firsters dominam as posições económicas e políticas de topo dentro do regime Trump e, de modo interessante, estão entre os opositores mais vociferantes da administração. Estes incluem: a presidente do Federal Reserve, Janet Yellen, bem como seu vice-presidente, Stanley Fischer, um cidadão israelense e antigo (sic) governador do Banco de Israel.

 Jared Kushner, genro de Trump e judeu ortodoxo, actua como seu conselheiro principal em Assuntos do Médio Oriente. Kushner, um magnata imobiliário de Nova Jersey, posicionou-se como o arqui-inimigo dos nacionalistas económicos do círculo próximo de Trump. Ele defende todo o poder israelense e a captura de terra no Médio Oriente e trabalha estreitamente com David Friedman, embaixador dos EUA em Israel (e apoiante fanático dos colonatos ilegais judeus) e Jason Greenblatt, representante especial para negociações internacionais. Com três Israel-Firsters a determinar a política do Médio Oriente, não há sequer uma folha de figueira para equilibrar.

 O secretário do Tesouro é Steven Mnuchin, antigo executivo da Goldman Sachs, que lidera a ala neoliberal de livre mercado do sector da Wall Street dentro do regime Trump. Gary Cohn, durante muito tempo influente na Wall Street, encabeça o National Economic Council. Eles constituem o núcleo dos conselheiros de negócios e lideram a coligação neoliberal anti-nacionalista de Trump comprometida a minar políticas económicas nacionalistas.

 Uma voz influente no gabinete da Procuradoria-Geral é Rod Rosenstein, o qual nomeou Robert Mueller como investigador chefe, o que conduz à remoção de nacionalistas da administração Trump.

 O padrinho visionário da equipe anti-nacionalista de Mnuchin-Cohn é Lloyd Blankfein, presidente da Goldman Sachs. Os "Três banksters Israel First" estão a encabeçar o combate para desregulamentar o sector bancário, o qual tem devastado a economia, levou ao colapso de 2008 e ao arresto de milhões de lares e negócios americanos.

 A elite "Israel First" do livre mercado estende-se por todo o espectro político dominante, incluindo democratas no Congresso, liderados pelo líder da minoria no Senado, Charles Schumer e o responsável democrata do Comité de Inteligência da Câmara, Adam Schiff. Os Israel Firsters do Partido Democrata aliaram-se aos seus irmãos do livre mercado para pressionar por investigações e campanhas de mass media contra apoiantes do nacionalismo económico de Trump e o seu expurgo final da administração.

A elite do poder militar: Os generais

 A elite do poder militar tomou do presidente eleito o poder de tomar as grandes decisões. Outrora os poderes de guerra permaneciam com o presidente e o Congresso, hoje uma colecção de militaristas fanáticos faz e executa a política militar, decide zonas de guerra e pressiona por maior militarização do policiamento interno. Trump entregou decisões cruciais àqueles que afectuosamente chama os "meus generais" enquanto continua a esquivar-se a acusações de corrupção e racismo.

 Trump nomeou o general de quatro estrelas James "Mad Dog" Mattis (reformado do US Marine Corps) – um general que conduziu a guerra no Afeganistão e no Iraque – como secretário da Defesa. Mattis (cujas "glorias" militares incluíram bombardear uma grande festa de casamento no Iraque) está a conduzir a campanha para escalar a intervenção militar dos EUA no Afeganistão – uma guerra e uma ocupação que Trump condenou abertamente durante a sua campanha. Como secretário da Defesa, o general "Mad Dog" ("Cão Louco") pressionou o não entusiástico Trump a anunciar um aumento das tropas estado-unidenses no terreno e ataques aéreos por todo o Afeganistão. Confirmando seu muito publicitado nome de guerra, o general é um raivoso advogado de um ataque nuclear contra a Coreia do Norte.

 O tenente-general H. R. McMaster (um general de três estrelas na activa e por longo tempo proponente da expansão de guerras no Médio Oriente e Afeganistão) tornou-se Conselheiro de Segurança Nacional após o expurgo do aliado de Trump, ten.-general Michael Flynn, o qual opôs-se à campanha de confrontação e sanções contra a Rússia e a China. McMaster tem sido instrumental na remoção de "nacionalistas" da administração Trump e junta-se ao general "Mad Dog" Mattis na pressão por uma maior acumulação de tropas dos EUA no Afeganistão.

 O ten.-general John Kelly (reformado do USMC), outro veterano de guerra no Iraque e entusiastas das mudanças de regime no Médio Oriente, foi nomeado Chefe de Equipe da Casa Branca após o despejo de Reince Priebus.

 A Troika de três generais da administração partilha com os conselheiros Israel First neoliberais de Trump, Stephen Miller e Jared Kushner, uma profunda hostilidade em relação ao Irão e endossa plenamente a exigência do primeiro-ministro israelense Netanyahu de que o Acordo Nuclear de 2015 com Teerão seja sucateado.

 O directorado militar de Trump garante que os gastos para guerras além-mar não serão afectados por cortes orçamentais, recessões ou mesmo desastres nacionais. Os "generais", os adeptos do livre mercado Israel First e a elite do Partido Democrata conduzem o combate contra os nacionalistas económicos e têm tido êxito em assegurar que a construção do império militar e económico da Era Obama permaneçam em vigor e mesmo que se expandam.

A elite económica nacionalista

 O principal estratega e ideólogo nacionalistas económicos aliados de Trump na Casa Branca foi Steve Bannon. Ele foi o arquitecto político chefe e o conselheiro de Trump durante a campanha eleitoral. Bannon concebeu uma campanha eleitoral em favor da indústria manufactureira interna e dos trabalhadores americanos contra os adeptos do livre mercado na Wall Street e nas corporações multinacionais. Ele desenvolveu o ataque de Trump aos acordos de comércio global, os quais levaram à exportação de capital e à devastação do trabalho manufactureiro nos EUA.

 De modo igualmente significativo, Bannon carpinteirou a oposição pública inicial aos 15 anos de intervenção dos generais no Afeganistão, com um custo de milhões de milhões (trillion) de dólares e as séries de guerras ainda mais custosas no Médio Oriente favorecidas pelos Israel-Firsters, incluindo a guerra em curso de mercenários proxy para derrubar o governo nacionalista leigo da Síria.

 Em oito meses de administração Trump, as forças combinadas da elite económica do livre mercado e militar, os líderes do Partido Democrata, militaristas abertos no Partido Republicano e seus aliados nos mass medida conseguiram expurgar Bannon – e marginalizar a base de apoio de massa da sua agenda económica nacionalista "America First" e da agenda anti-"mudança de regime".

 A "aliança" anti-Trump irá agora alvejar os poucos nacionalistas económicos que restam na administração. Estes incluem: o director da CIA Mike Pompeo, que favorece o proteccionismo através do enfraquecimento dos acordos de comércio asiático e do NAFTA e Peter Navarro, presidente do Conselho de Comércio da Casa Branca. Pompeo e Navarro enfrentam forte oposição da troika sionista-neoliberal em ascensão que agora domina o regime Trump.

 Além disso, há o secretário do Comércio, Wilbur Ross, um bilionário e antigo director da Rothschild Inc., o qual aliou-se a Bannon ao ameaçar quotas de importação para tratar do maciço défice comercial dos EUA com a China e a União Europeia.

 Outro aliado de Bannon é o representante comercial dos EUA, Robert Lighthizer, antigo analista militar e de inteligência com laços à newsletter Breitbart. Ele é um forte oponente aos neoliberais e globalizadores, dentro e fora do regime Trump.

 O "Conselheiro Sénior" de Trump e redactor dos seus discursos, Stephen Miller, promove activamente a proibição de viagem a muçulmanos e restrições mais estritas à imigração. Miller representa a ala Bannon do entusiástico grupo pró-Israel de Trump.

 Sebastian Gorka, vice-assistente de Trump em assuntos militares e de inteligência, era mais um ideólogo do que um analista, o qual escrevia para Breitbart e passou ao gabinete nas pegadas de Bannon. Logo depois de remover Bannon, os "generais" expurgaram Gorka, nos princípios de Agosto, com acusações de "anti-semitismo".

 Seja quem for que permaneça entre os nacionalistas económicos de Trump, estarão significativamente diminuídos com a perda de Steve Bannon, o qual dava liderança e direcção. Contudo, a maior parte tem antecedentes sociais e económicos, o que também os liga à elite do poder militar sobre algumas questões e com os adeptos do mercado livre pró Israel sobre outras. Contudo, suas crenças nucleares foram moldadas e definidas por Bannon.

A elite do poder nos negócios

 O presidente da Exxon Mobile, Rex Tillerson, o secretário de Estado de Trump, e o ex-governador do Texas Rick Perry, secretário da Energia, lideram a elite dos negócios. Enquanto isso, a elite dos negócios associada à manufactura e indústria dos EUA tem pouca influência directa em política interna ou externa. Se bem que em política interna sigam os adeptos do livre mercado da Wall Street, eles estão subordinados à elite militar em política externa e não são aliados ao núcleo ideológico de Steve Bannon.

 A elite dos negócios de Trump, a qual não tem ligação aos nacionalistas económicos no regime Trump, proporciona uma faces amistosa a aliados e adversários económicos além-mar.

Análise e conclusão

 O poder da elite atravessa filiações partidárias, ramos de governo e estratégias económicas. Ele não é restringindo por qualquer partido político, republicano ou democrata. Isto inclui adeptos do livre mercado, alguns nacionalistas económicos, correctores da Wall Street e militaristas. Todos competem e combatem por poder, riqueza e dominância dentro desta administração. A correlação de forças é volátil, mudando rapidamente em curtos períodos de tempo – o que reflecte a falta de coesão e coerência no regime Trump.

 Nunca a elite do poder nos EUA foi sujeita a tais mudanças monumentais na sua composição e direcção durante o primeiro ano de um novo regime.

 Durante a presidência Obama, a Wall Street e o Pentágono partilhavam o poder confortavelmente com bilionários de Silicon Valley e a elite dos mass media. Eles estavam unidos na busca de uma estratégia imperial "globalista", enfatizando múltiplos teatros de guerra e tratados multilaterais de livre comércio, os quais estavam em processo de reduzir milhões de trabalhadores americanos à servidão (helotry) permanente.

 Com a posse do presidente Trump, esta elite do poder enfrentou desafios e a emergência de uma nova configuração estratégica, a qual pretendia mudanças drásticas na política económica e política militar dos EUA.

 O arquitecto da campanha e estratégia de Trump, Steve Bannon, procurou deslocar a elite económica e militar global com a sua aliança de nacionalistas económicos, trabalhadores manufactureiros e elites de negócios proteccionistas. Bannon pressionou por uma grande ruptura com a política de Obama de guerras múltiplas e permanentes para expandir o mercado interno. Ele propôs retiradas de tropas e o fim das operações militares dos EUA no Afeganistão, Síria e Iraque, enquanto aumentava uma combinação de pressão económica, política e militar sobre a China. Ele tentou acabar as sanções e confrontação contra Moscovo e moldar laços económicos entre os produtores gigantes de energia nos EUA e a Rússia.

 Se bem que Bannon fosse inicialmente o estratega chefe na Casa Branca, ele rapidamente viu-se confrontado com rivais poderosos dentro do regime, além de oponentes ardentes entre globalistas democratas e republicanos e especialmente entre os sionistas – neoliberais que sistematicamente manobraram para ganhar posições de estratégia económica e política dentro do regime. Ao invés de ser uma plataforma coerente a partir da qual seria formulada uma nova estratégia económica radical, a administração Trump tornou-se um "terreno de luta" caótico e vicioso. A estratégia económica de Bannon mal saiu do terreno.

 Os mass media e os operacionais dentro do aparelho de estado, ligados à estratégia de guerra permanente de Obama, primeiro atacaram a proposta de Trump de reconciliação económica com a Rússia. Para minar qualquer "desescalada", eles fabricaram a conspiração dos espiões russos e manipulação das eleições. Seus primeiros tiros com êxito foram disparados contra o ten.-general Michael Flynn, aliado de Bannon e proponente chave da reversão da política de confrontação militar de Obama/Clinton com a Rússia. Flynn foi rapidamente destruído e ameaçado abertamente com processo quando um "agente russo" estimulou uma histeria que recordava o apogeu do senador Joseph McCarthy.

 Os postos económicos chave no regime Trump foram divididos entre os neoliberais adeptos do Israel-First e os nacionalistas económicos. O "negociante" Trump tentou atrelar sionistas neoliberais filiados à Wall Street aos nacionalistas económicos, ligados à base eleitoral de Trump na classe trabalhadora, formulando novas relações comerciais com a UE e a China, as quais favoreceriam a indústria manufactureira dos EUA. Dadas as diferenças irreconciliáveis entre estas forças, o ingénuo "acordo" de Trump enfraqueceu Bannon, minou sua liderança e arruinou sua estratégia económica nacionalista.

 Apesar de Bannon ter assegurado vários importantes nomeados económicos, os neoliberais sionistas enfraqueceram sua autoridade. O grupo Fischer-Mnuchin-Cohon estabeleceu com êxito uma agenda competitiva.

 Toda a elite do Congresso de ambos os partidos uniu-se para paralisar a agenda Trump-Bannon. Os mass media corporativos gigantes serviram como um megafone histérico e carregado de rumores para excitados investigadores do Congresso e do FBI que ampliavam cada nuance das relações de Trump entre os EUA e a Rússia em busca de conspirações. O aparelho combinado do Congresso e dos media esmagou a desorganizada e despreparada base de massa da coligação eleitoral de Bannon que elegera Trump.

 Totalmente derrotado, Trump, o presidente sem dentes, recuou numa busca desesperada por uma nova configuração de poder, transferindo suas operações do dia-a-dia para os "seus generais". O presidente civil eleito dos Estados Unidos adoptou a busca dos "seus generais" de uma nova aliança militar globalista e de escalada de ameaças militares acima de tudo contra a Coreia do Norte, mas incluindo a Rússia e a China. O Afeganistão foi imediatamente designado para uma intervenção expandida.

 Trump efectivamente substituiu a estratégia económica nacionalista de Bannon por um ressuscitar da abordagem militar multi-guerra de Obama.

 O regime Trump relançou os ataques ao Afeganistão e à Síria – ultrapassando o uso de ataques com drones de Obama a militantes muçulmanos suspeitos. Ele intensificou sanções contra a Rússia e o Irão, abraçou a guerra da Arábia Saudita contra o povo do Iémen e entregou toda a política do Médio Oriente ao seu conselheiro político ultra-sionista (magnata imobiliário e genro) Jared Kushner e ao embaixador dos EUA em Israel, David Friedman.

 A retirada de Trump transformou-se numa derrota grotesca. Os generais abraçaram os sionistas neoliberais no Tesouro e os militaristas globais no Congresso. O director de comunicações Anthony Scaramucci foi despedido. O chefe de Estado-Maior de Trump, general Joe Kelly, expurgou Steve Bannon. Sebastian Gorka foi chutado para fora.

 Os oito meses de luta interna entre os nacionalistas económicos e os neoliberais acabaram. A aliança sionista-globalista com os generais de Trump agora domina a Elite do Poder.

 Trump está desesperado para adaptar à nova configuração, aliada aos seus próprios adversários do Congresso e aos mass media raivosamente anti-Trump.

 Tendo quase dizimado os nacionalistas económicos de Trump e o seu programa, a Elite do Poder montou então uma série de eventos mediáticos exagerados centrados em torno de um espancamento em Charlottesville, Virgínia, entre partidários da "supremacia branca" e "anti-fascistas". Depois de a confrontação ter levado a mortos e feridos, os media utilizaram a inepta tentativa de Trump de culpar ambos os lados que empunhavam "tacos de beisebol" como prova de ligações do presidente a neo-nazis e à KKK. Neoliberais e sionistas, dentro da administração Trump e nos seus conselhos de negócios, juntaram-se todos no ataque ao presidente, denunciando sua falha ao imediatamente e unilateralmente culpar extremistas de direita pela desordem.

 Trump está a voltar-se para sectores dos negócios e para a elite do Congresso numa tentativa desesperada de reter seu apoio em declínio através de promessas de por em prática cortes fiscais maciços e desregulamentar todo o sector privado.

 A questão decisiva não é mais sobre esta ou aquela política ou mesmo estratégia. Trump já perdeu em todos os tabuleiros. A "solução final" para o problema da eleição de Donald Trump está a andar passo-a-passo – o seu impeachment e possível prisão por todos os meios possíveis.

 O que nos diz a ascensão e destruição do nacionalismo económico na "pessoa" de Donald Trump é que o sistema político americano não pode tolerar quaisquer reformas capitalistas que possam ameaçar a elite do poder imperial globalista.

 Escritores e activistas costumavam pensar que só regimes socialistas eleitos democraticamente seriam alvo de golpe de estado sistemático. Hoje as fronteiras políticas são muito mais restritivas. Apelar ao "nacionalismo económico", completamente dentro do sistema capitalista, e procurar acordos comerciais recíprocos é convidar ataques políticos selvagens, conspirações inventadas e capturas militares internas que acabam em "mudança de regime".

 O expurgo dos nacionalistas económicos e dos anti-militaristas efectuado pela elite global-militarista foi apoiado por toda a esquerda dos EUA, apenas com algumas poucas excepções. Pela primeira vez na história a esquerda tornou-se uma arma organizacional daqueles pró guerra, pró Wall Street, pró direita sionista na campanha de expulsão do presidente Trump. Movimentos e líderes locais, no entanto, funcionários sindicais, políticos dos direitos civis e da imigração, liberais e sociais democratas juntaram-se no combate para a restauração do pior de todos os mundos: a política Clinton-Bush-Obama/Clinton de guerras múltiplas permanentes, escalada de confrontos com a Rússia, China, Irão e Venezuela e a desregulamentação de Trump da economia estado-unidense e cortes maciços de impostos para o big business.

 Andámos um longo caminho para trás: de eleições para expurgos e de acordos de paz para investigações de estado policial. Os nacionalistas económicos de hoje são etiquetados como "fascistas" e trabalhadores deslocados são "os deploráveis"!

 Os americanos têm um bocado a aprender e a desaprender. Nossa vantagem estratégica pode estar no facto de que a vida política nos Estados Unidos não pode ficar pior – realmente chegámos ao fundo e (a menos que haja uma guerra nuclear) só podemos melhorar.

 

[Artigo tirado do sitio web portugués Resistir.info, do 11 de setembro de 2017]